• Percival Puggina
  • 11/02/2021
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A CAMPANHA DA FRATERNIDADE E AS PAUTAS DO GLOBALISMO

 

Percival Puggina

 

         Depois de muitos anos criticando as Campanhas da Fraternidade (CFs) por seu fervor ideológico, em 2010 tomei uma decisão: fico com a quaresma sem CF.

         No entanto, o que está anunciado para os 40 dias que iniciam na próxima quarta-feira de cinzas exige uma reflexão. Ela será ecumênica e seu material foi elaborado sob a responsabilidade do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC). Enquanto a CNBB é controlada pelos bispos ditos “progressistas”, o CONIC exerce militância muito mais ativa. Suas pautas políticas vão além da Teologia da Libertação em que se consome a esquerda católica.

A CF Ecumênica de 2021 vem turbinada, então, pelo diálogo inter-religioso com o CONIC. Entram na agenda temas do “politicamente correto”, as questões identitárias, de gênero, de raça, e do dos “direitos reprodutivos”. Nossas igrejas e o texto base da CF – pasmem! – darão palco à visão de mundo dos ministros do STF, às pautas dos big boss mundiais, tipo George Soros e Mark Zucherberg. São agendas da ONU, da Globo, da Netflix e das grandes fundações financiadoras do aborto.

Para que se cumpra o radiante ecumenismo da CF 2021, é preciso sacrificar os fieis. Na Quaresma deste ano, a Mãe Santíssima de Jesus, a Mater Dolorosa de todas as Quaresmas se não for lembrada por padres piedosos, permanecerá tão oculta quanto está no Texto-Base. E não passa pelas mentes que orientam a CNBB que a crise do catolicismo no Brasil contemporâneo tem muito a ver com suas ações e omissões, paixões políticas e fastios espirituais. Como se não bastasse o laicismo cultural, cresce cada vez mais o laicismo clerical.