Percival Puggina    

         Entre os e-mails e demais mensagens que recebi após a publicação de meu artigo “Depois da hora mais grave”, havia o de uma leitora de muitos anos que, respeitosamente, se mostrou chocada com o teor do artigo. Não transcreverei integralmente o que ela escreveu afirmando rejeitar extremos e não ser petista nem ultradireitista.

O que a espantou? Com palavras dela: “Você inicia dizendo que as eleições foram manipuladas. Parei de ler ali, nesse primeiro parágrafo”. E, mais adiante: “Entrar nessa onda populista de manipulação da eleição, jamais esperei de um escritor inteligente como você”.

Transcrevo a seguir minha resposta, que imagino possa ser útil a outros leitores nestes dias que sucedem a “hora mais grave”.

***

Prezada leitora.

Vamos tentar reduzir seu estado de choque, amiga.

A política se desenvolve (assim li em Olavo de Carvalho, com ele concordando) num ambiente cultural, num espaço onde se formam opiniões, sentimentos, informação, impressões, etc.. É aí que os eleitores decidem seus votos.

Eu nunca vi, nos últimos 50 anos, esse espaço ser tão manipulado! Nunca vi o jornalismo tão miserável, o Supremo tão protagonista, o TSE tão intrometido, abusivo; nem a liberdade tão restringida. Bolsonaro enfrentou um bandido sem passado, alma zero quilômetro, reconstruído por photoshop biográfico. A frase “Dize-me com quem andas e dir-te-ei quem és” se tornou inaplicável ao candidato do PT, com suas parcerias tão apagadas quanto as condenações.

Ora, amiga, se isso não é manipulação, então não sei o que seja. Observe que não falei de urnas e de totalizações. Escrevi pensando nos algoritmos e robôs que durante meses atuaram no espaço digital como cães farejadores de palavras e expressões, e na estratégica contração da comunicação nas plataformas das redes sociais. Escrevi pensando nos direitos de resposta concedidos num zás-trás contra quem apenas dizia verdades, na indecente censura imposta "com todos os cuidados" pelo TSE, nos perfis bloqueados, nos inquéritos ameaçadoramente abertos para permanecerem abertos.

Ademais, escrevi pensando na exigência por "paridade de armas" na Jovem Pan, como se houvesse diversidade de opiniões na CNN ou na Globo, onde quem não afinava com o consórcio foi demitido há bom tempo. Tudo isso manipulou o ambiente eleitoral, sim, amiga. Só não vê quem não quer, e só discorda quem não entendeu o que viu.

O consórcio da imprensa com os tribunais e o amordaçamento das redes sociais por pressão do TSE sobre as plataformas fez o serviço. Muito bem feito, por sinal. 

Não me queira mal. Abraço.

  • Percival Puggina
  • 01 Novembro 2022

 

Percival Puggina

         O taxista com quem voltei, há pouco, do centro da cidade, estava sintonizado no horário político gratuito e se revelava eleitor de Bolsonaro. Simultaneamente, no rádio, o locutor do programa petista falava sobre si mesmo, como chefe de família, pai de suas filhas e defensor dos bons costumes, amante da paz, da harmonia e da prosperidade. Era uma fala estranha ao horário do PT porque, ao locutor, só faltava jogar flores à audiência e perfumar a atmosfera através das ondas do rádio. Estava cheio de amor para dar.    

Pus-me a pensar sobre o quanto eram contraditórias aquelas palavras com o rotineiro assassinato de reputações, o aparelhamento das instituições do Estado, o aproveitamento político da Educação em todos os níveis, as invasões de propriedade, as pichações, o grevismo, o quanto pior melhor, o cancelamento de toda divergência, o bullying e a agressividade, visível e previsível, no esquerdismo com que convivemos em nosso país. Realidades, enfim, das quais fui testemunha ocular, atenta e crítica, durante quatro décadas. Pensei, também, na crescente restrição de nossas liberdades e no modo de defender o estado de direito e a democracia com práticas que vão pelo seu inverso.

Quando cheguei em casa, abri as mensagens da manhã e li a seguinte pérola, enviada pela leitora Adalgisa Cecília Polari, a quem agradeço a gentileza de endereçá-la a mim:

Eu tive um professor de Matemática em meus tempos de Cursinho que, quando ia apresentar matéria nova e, claro, já sabendo de como chegar à solução do problema, dizia pensativamente: "Que bom seria se tivéssemos uma fórmula para resolver este problema!" E, em seguida: "E temos!"

Parodiando meu saudoso professor Mauro lá do Cursinho, pergunto-me "que bom seria se tivéssemos uma fórmula para resolver essa vergonheira!" E temos! Vamos reeleger Jair Messias Bolsonaro no próximo dia 30 de outubro de 2022.

E nada mais, é claro, precisa ser dito.

  • Percival Puggina
  • 25 Outubro 2022

 

Na última sexta-feira, dia 21, compareci à longa fila de muitos amigos e conhecidos que acorreram à sessão de autógrafos do livro “Jair Bolsonaro: o Fenômeno Ignorado”, lotando o amplo espaço da churrascaria Na Brasa, aqui em Porto Alegre. O livro é uma construção conjunta, saída do talento do amigo Mateus Eduardo Mendes e do conhecimento que Eduardo Bolsonaro tem sobre a vida e a ascensão do pai à condição de principal líder político do país. Como, um deputado do baixo clero rompeu a hegemonia da esquerda e subiu direto ao topo da vida política? Como conseguiu mobilizar a consciência de dezenas de milhões de brasileiros pelos difíceis caminhos da reta intenção e da salvação dos valores do Ocidente? Como conseguiu montar, liderar e criar líderes numa admirável e bem sucedida equipe contra a vontade dos donos do poder e contra os azares de pragas tão nefastas quanto pandemia e guerra?   

O gaúcho Mateus Colombo Mendes (editor de meu livro “A tomada do Brasil pelos maus brasileiros”) é bacharel em Letras pela UFRGS, aluno do COF de Olavo de Carvalho e ocupa, atualmente, as funções de Diretor de Canais Digitais e Secretário de Comunicação Institucional, comandando as redes oficiais do governo Bolsonaro. Eduardo Bolsonaro é graduado em Direito pela UFRJ, escrivão da PF e deputado federal por São Paulo. É um livro e, também, um documento para a historiografia do período, com imagens e QR Codes, ao longo do texto, para todas as referências necessárias.

  • 23 Outubro 2022

 

Percival Puggina

 

Leio no Canal de Ciências Criminais

"A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que o rompimento de cadeado e a destruição de fechadura de portas da casa da vítima, com o intuito de, mediante uso de arma de fogo, efetuar subtração patrimonial da residência, configuram meros atos preparatórios que impedem a condenação por tentativa de roubo circunstanciado."

(Íntegra aqui)

Comento

Como em quase tudo mais, a sociedade quer ir para um lado e os poderes de estado empurram a vida para outro. O povo quer segurança e criminoso na cadeia, mas o Judiciário (e frequentemente o Legislativo) proporcionam garantias de impunidade, inibem a percussão criminal, põem a lupa sobre a polícia e olham o crime com telescópio.

Nenhuma dessas bizarrices contemporâneas fala originalmente em língua portuguesa. De modo geral, o que temos aqui é traduzido do inglês e já está em prática no lado burro do mundo civilizado.

Na Califórnia, reina o caos na segurança pública e na atividade comercial após a aprovação, por referendo popular, de uma lei que não criminaliza roubos de bens cujo valor não excedam 950 USD. Se o policial for chamado para atender uma “situation” como essa, vai proporcionar ao gatuno um “warning” (advertência). Resultado: onde é a insegurança que tem proteção, quem precisa de segurança vai embora.

Em Nova Iorque, foi-se o tempo de Rudolph Giuliani e da política de Tolerância Zero, fundamentada na teoria das “janelas quebradas”. As políticas de esquerda trouxeram a criminalidade de volta às ruas da grande metrópole do Ocidente.

Observação final

O Brasil, no dia 2, concedeu ampla maioria aos partidos que expressam preocupação com os bens materiais e imateriais da sociedade. Estes, como todos sabem, estão sendo cotidianamente afrontados por excessivas ações e excessivas omissões dos nossos poderes Legislativo e Judiciário. Dia 30 vem aí. Pense muito bem antes de votar ou de decidir referendar o caos.

  • Percival Puggina
  • 21 Outubro 2022

 

Percival Puggina

 

Leio na revista Piauí

A coligação Brasil da Esperança, composta pelo PT e pelos nove partidos que apoiam a candidatura Lula-Alckmin, protocolou hoje no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma ação de investigação judicial eleitoral (AIJE) contra os canais Jovem Pan, presentes na tevê paga, no sistema UHF e nas rádios, alegando falta de isonomia da emissora na cobertura eleitoral. A coligação argumenta que a cobertura da Jovem Pan é amplamente favorável a Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, e desfavorável à candidatura de Lula, veiculando, inclusive, notícias falsas a respeito do petista. A ação pede, em caráter liminar, que a rede passe a dar cobertura isonômica aos candidatos sob pena de multa, prevista no novo código eleitoral. (Leia a íntegra aqui)

Comento

A ridícula solicitação expõe, simetricamente, o inteiro consórcio da velha imprensa! Esta sim, há quatro anos, de modo ininterrupto, mesmo sob as regras da campanha eleitoral, faz oposição ao governo, silencia sobre suas realizações, ataca seu candidato e alisa o pelo de todos os gatos que cercam o candidato da oposição, catalogados em sucessivos processos criminais.

  • Percival Puggina, com conteúdo revista Piauí
  • 16 Outubro 2022

 

Carlos Barbieri

Os cenários para 2023 continuam incertos e com variáveis ainda difíceis de serem previstas e analisadas.

Se levarmos em conta as análises dos principais bancos americanos, todos estão se preparando para um aumento da inadimplência, aumentando suas provisões, face a expectativa de aumento dos créditos de difícil cobrança.

Devem colocar em seus balanços uma reserva mínima de $4,5 bilhões para estarem preparados para este possível “calote tsunami”. Ponderemos, isto nos EUA, onde o consumo ainda está forte e o desemprego baixo. Mas, a inflação não está controlada e o FED precisa seguir aumentando os juros, de forma acentuada.

De fato, a abundância de dinheiro, não necessário, injetado na economia, de qualquer forma ainda mantém o consumo, mas, tira o efeito rápido dos aumentos dos juros no controle (ou descontrole) inflacionário.

A curto prazo, os juros altos aumentam as receitas dos bancos, mas, deve-se prever uma perda média de 20% nas suas receitas em face das inadimplências e reservas.

O bom é que suas reservas dão segurança às instituições bancárias. Os grandes bancos passaram, com galhardia, nos testes de stress do FED.

Já, se levarmos em conta o FMI, entenderíamos que teremos um ano com pioras consideráveis com relação a este ano de 2022.

Vários países, podem entrar em “defaults”, particularmente os em desenvolvimento e, o seu último relatório, nominalmente cita, Bahamas, Ucrânia, Gana, El Salvador, Equador, Egito, Tunísia, Etiópia, Quênia, Tajiquistão, Paquistão e Camarões, como países de maio risco.

A inflação, a nível mundial, segue crescente e, poucos países estão como o Brasil, em situação de inflação declinante.

Da mesma forma, a Europa e EUA com crescimento pífio ou negativo, este ano, e perspectivas mais sombrias para 2023. Novamente, o Brasil é uma exceção, com crescimento em torno de prováveis 3% em 2022, possivelmente maior até que a China que deve estar aquém deste número.

Claro, no caso do Brasil, tudo depende das eleições, mas o país tem tudo para seguir crescendo com investimentos já contratados tangenciando $1 trilhão de dólares para os próximos anos.

As crises de alimentos e energia, que colocam em xeque o crescimento e a inflação da Europa em muito também favorecem o Brasil e os EUA, que poderão e deverão se beneficiar com as crises mencionadas.

Em resumo, teremos um ano modesto para o mundo, com declínio do comércio internacional, crises em vários países, particularmente na Europa e países em desenvolvimento, à exceção do Brasil

O EUA, deve seguir andando de lado, mas puxado por estados como a Flórida, Texas, Geórgia entre outros que estão pujantes em suas economias, como é o caso da Flórida que deve crescer 6% neste ano, apesar do furacão Ian.

*        Relatório Oxford Group 14/10

  • Carlos Barbieri, Oxford Group
  • 15 Outubro 2022