EIXO OBAMA - FRANCISCO: PRESTIDIGITAÇÃO E CONFUSÃO


Armando Valladares

 

NOTA DO EDITOR DO SITE

 

Armando Valladares é um escritor cubano que cumpriu 22 anos de prisão (1960 a 1982) sob a ditadura de Fidel Castro. Após muitas greves de fome que o deixaram em cadeira de rodas, conseguiu ir para os Estados Unidos cujo governo o designou embaixador junto à Comissão de Direitos Humanos da ONU (1988 a 1990). Em recente artigo, que pode ser lido aqui, em espanhol, ele fez a observação transcrita a seguir, que considero especialmente relevante e, por isso, traduzi para o português. Diz ele:

 

"(...) Poucos analistas assinalam o aspecto mais grave e trágico deste acordo: a responsabilidade que cabe a seu artífice e mediador mais eminente, o pontífice Francisco. No dia 17 de dezembro pp, o próprio dia do anúncio de restabelecimento de relações diplomáticas, Francisco, junto com a reafirmação de seu papel mediador, saudou a libertação de "alguns presos", sem sequer insinuar que em Cuba o sistema comunista mantém subjugados não a "alguns" senão que a 12 milhões de cubanos. É sumamente doloroso dizê-lo, mas a bota com a qual Castro continua pisoteando meus irmãos da ilha tem, agora, um altíssimo aval".
 

  • 05 Janeiro 2015

O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), nomeado ministro das Comunicações (Gilberto Nascimento/Agência Câmara/VEJA)

BERZOINI ASSUME E JÁ CITA PROJETO DE CENSURA DA IMPRENSA

Laryssa Borges, de Brasília


Nos primeiros minutos depois de assumir o Ministério das Comunicações, nesta sexta-feira, o petista Ricardo Berzoini deu declarações autoexplicativas sobre as razões de ter sido instalado no cargo: disse que o governo vai tentar implementar seu projeto de censura da imprensa, agora batizado pelo PT de regulação econômica da mídia.

Fiel escudeiro do ex-presidente Lula, de quem foi ministro, Ricardo Berzoini tem raízes no sindicalismo bancário, foi presidente do PT e é conhecido na Câmara dos Deputados pelo estilo truculento e pela ligação com as alas mais radicais do partido. A pedido de Lula e do comando do PT, ele assume a cadeira que era ocupada pelo paranaense Paulo Bernardo, que não encampava a proposta de censura aos meios de comunicação.

“O Poder Executivo pode fomentar a discussão. Todos os setores da economia que têm grande impacto social e econômico são regulamentados”, justificou. Para o ministro, o projeto fala "regulação econômica" porque o debate começará sobre as concessões públicas.

Após receber o cargo de Bernardo, Berzoini disse que empresários, sindicalistas e representantes de movimentos sociais serão chamados para discutir a proposta que o Executivo apresentará para votação no Congresso. De acordo com o novo ministro, inicialmente não há a intenção de incluir na proposta a regulação de conteúdo – como pretende o PT. Mas isso inicialmente: o próprio Berzoini admitiu que, “se for bem conduzida”, essa proposta “pode ser bem sucedida” e não conseguiu esconder o DNA bolivariano da proposta. "Se houver participação popular, tanto melhor."
Pela proposta do PT, para quem a imprensa livre é tratada como oposição, além de direcionar sua artilharia contra os grandes grupos de comunicação, um dos focos é a distribuição da receita publicitária aos veículos de informação – o que poderia redundar, no futuro, no controle indireto do conteúdo pelo governo.

Desde que assumiu o Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff procurou manter distância do projeto petista de censura da imprensa: sepultou, inclusive, o projeto de lei para "regulação das comunicações", elaborado pela legenda durante o governo Lula, e que trazia na raiz o embrião autoritário da censura. Na gestão Lula, o principal entusiasta do projeto era o ex-ministro Franklin Martins, um dos responsáveis pela baixaria nas redes sociais disseminada pela campanha à reeleição de Dilma.

No ano passado, Dilma havia afirmado que pretende abrir um "processo de discussão" sobre a regulação econômica da imprensa. Disse que não sabia ainda como seria esse processo, mas afirmou que "isso jamais poderá ser feito sem consultar a sociedade". Pelas palavras de Berzoini, a sociedade a ser ouvida são grupos de sindicalistas e movimentos sociais aliados do PT.

 

  • 03 Janeiro 2015

HOSPITAL DOUTOR ERNESTO CHE GUEVARA, EM MARICA RJ


 O hospital não existe, o projeto está em discussão há três anos, deram apenas uma desbastada no terreno, mas uma coisa é certa: o nome do nosocômio e a homenagem que a Prefeitura de Maricá deseja prestar ao facínora. Certamente o nome escolhido serviria melhor ao Banco de Sangue do hospital.

FRASES DE CHE GUEVARA

1. “Louco de fúria, mancharei de vermelho meu rifle estraçalhando qualquer inimigo que caia em minha mãos! Com a morte de meus inimigos preparo meu ser para a sagrada luta, e juntar-me-ei ao proletariado triunfante com um berro bestial!”

2. “O ódio cego contra o inimigo cria um impulso forte que quebra as fronteiras naturais das limitações humanas, transformando o soldado em uma eficaz máquina de matar, seletiva e fria. Um povo sem ódio não pode triunfar contra o adversário."

3. “Para mandar homens para o pelotão de fuzilamento, não é necessário nenhuma prova judicial … Estes procedimentos são um detalhe arcaico burguês. Esta é uma revolução!”

4. “Um revolucionário deve se tornar uma fria máquina de matar motivado pelo puro ódio. Nós temos que criar a pedagogia do Paredão!” (O Paredão é uma referência para a parede onde os inimigos de Che eram mortos por seus pelotões de fuzilamento, e em alguns casos pessoalmente mortos pelo próprio Guevara).

5. “Eu não sou o Cristo ou um filantropo, velha senhora, eu sou totalmente o contrário de um Cristo … eu luto pelas coisas em que acredito, com todas as armas à minha disposição e tento deixar o outro homem morto, de modo que eu não seja pregado numa cruz ou qualquer outro lugar. “

6. “Se qualquer pessoa tem qualquer coisa boa para dizer sobre o governo anterior, para mim já é bom o suficiente matá-la.”

7. Che queria que o resultado da crise dos mísseis em Cuba fosse uma guerra atômica: “O que nós afirmamos é que devemos proceder ao longo do caminho da libertação, mesmo que isso custe milhões de vítimas atômicas”.

8. “Na verdade, se o próprio Cristo estivesse no meu caminho eu, como Nietzsche, não hesitaria em esmagá-lo como um verme.”

9. “É muito triste não ter amigos, mas é ainda mais triste não ter inimigos.”

Tradução: Emerson de Oliveira


 

  • 30 Dezembro 2014

FOLHA DO MAGISTÉRIO, OUTRA ARMADILHA PARA SARTORI

Darcy Francisco Carvalho dos Santos


Além da nomeação de 650 servidores para a segurança pública na última semana, aumentando um quadro que receberá reajustes em percentuais superiores ao dobro da inflação até 2018; do esgotamento dos depósitos judiciais e do saque no caixa único de recursos provenientes de operações de crédito, em que parte delas terá saldo apenas escritural, o atual governo preparou para o futuro outra armadilha.

Refiro-me aos reajustes do magistério estadual que foram concedidos de forma parcelada, totalizando 76,6%, onde há dois aspectos a considerar. O primeiro deles é a substituição de duas parcelas autônomas que deixaram de ser pagas, o que reduz, na prática, o percentual dos dois primeiros reajustes. O segundo é o fato de o maior reajuste ser em novembro/2014, com incidência em apenas três folhas deste governo e nas treze no primeiro ano do período governamental seguinte.

O atual governo no período de janeiro/2011 a outubro/2014, durante 45 meses de seus 48, pagou um básico regional que correspondeu, em média, a 60% do piso nacional. Em novembro/2014, concedendo o maior de seus reajustes, essa relação passou para 74,2% com que encerrará seu período.

Em janeiro de 2015 o piso nacional deve subir para R$ 1.900,00, segundo informações a imprensa. Tendo em vista o fato de a folha da educação representar 36% da folha estadual, isso trará as seguintes consequências:
1) Se o governo que está começando não conceder nenhum reajuste ao magistério, porque este recebeu 13,7% há dois meses (novembro/2014), a relação com o piso nacional baixará para 66,3% e, mesmo assim, terá um crescimento da folha de R$ 1 bilhão, 16,5% nominais, quando se inclui o crescimento vegetativo ou 9,4% descontada a inflação. E o mais grave é que na proposta orçamentária para 2015 não há dotação para esta despesa.
2) Se for concedido o INPC (6%) em janeiro (mês do reajuste do piso nacional), a relação ficará em 70,3%, ainda menor que os 74,2% do final do governo anterior, com um incremento na folha de R$ 1,5 bilhão, superior a 21%, em torno de 15% reais.
3) Tudo isso se passará num contexto em que a receita não deve crescer mais que 10% nominais ou 3% reais.

Se os governos continuarem assim, como toda essa irresponsabilidade fiscal, o nosso destino inevitável será a volta da inflação. E com a inflação quem mais perde são os pobres que não têm acesso aos meios com que os melhor aquinhoados dispõem para se livrar dela.  

  • 28 Dezembro 2014

É NISSO QUE DÁ SOLTAR TERRORISTAS

(Este texto é uma tradução minha de matéria do Infobae América, de 25/12)
O tipo da foto foi solto e, agora, informações que possibilitem sua captura valem US$ 5 milhões.

 


Um alto funcionário do Pentágono revelou que um ex-preso da prisão de Guantánamo, liberado em 2006, trabalha como conexão do Estado Islâmico e já enviou mais de 2500 jiahadistas da Arábia Saudita e Iemen para se unirem às fileiras do grupo terrorista.

 

"Não há dúvidas de que está enviando combatentes. 2500 é uma estimativa conservadora", indicou o funcionário do organismo de defesa. "A comunidade de inteligência está convencida de que se trata do enlace do Al Baghdadi (líder do ISIS) com o Iemen", acrescentou. Essa informação foi ratificada por uma segunda fonte do Pentágono que também pediu para preservar sua identidade. "Se pudéssemos trazê-lo de volta o faríamos rapidamente. E há mais deles por aí" acrescentou essa segunda fonte.

 

O terrorista em questão é Imbrahim Al Rubaish, agora líder espiritual da Al Queda na Península Arábica, que foi capturado por tropas norte-americanas em 2001 e passou cinco anos na prisão de Guantânamo. Al Rubaish está, agora na lista de terroristas mais procurados, tanto na Arábia Saudita quanto nos EUA. Washington oferece US$ 5 milhões por informação que conduza a sua captura.

 

"É meu dever estimular os muçulmanos a matar os estadunidenses para tirá-los da terra dos muçulmanos" advertiu o terrorista em 2013, segundo o Middle East Media Research Institute. A CIA por sua vez assinalou que o ISIS pude reunir até 31,5 mil combatentes. Tendo em conta esse número, Al Rubaish é responsável por mobilizar pelo menos um em cada 13 jiahadistas.


 

  • 26 Dezembro 2014

 

Quando refletimos sobre o significado da imersão de Deus no cenário da natureza por Ele criada e sobre o que representa para a história da humanidade essa resignação Filho ao plano de amor do Pai, e quando confrontamos, tudo isso, com a singeleza da narrativa evangélica sobre o nascimento de Jesus, não podemos deixar de nos espantar.

 

 Não existe qualquer resíduo mitológico na narrativa de Lucas: “... e o enfaixou e o reclinou numa manjedoura porque não havia lugar na estalagem”. Semelhante simplicidade, ao longo dos séculos, surpreende e cativa as gerações. Ela é de tal forma contraditória com nossas concepções sobre o poder que, com freqüência cedemos à tentação de revestir o presépio, ao modo humano, com finos tecidos, pedrarias e animais que parecem saídos de uma feira internacional. Jamais conseguiremos, porém, desfigurar a essencialidade do fato. Um estábulo é um estábulo.

 

 O ingresso de Deus na história poderia fazer-se de qualquer maneira e em qualquer lugar. E não faltaria à imaginação humana talento para honrar a grandiosidade do fato com a opulência de que o julgamos credor. Mas Deus parece ter escolhido a dedo, naquela noite Palestina, o modo e o lugar a partir do qual dividiria ao meio a história.

 

 Especula-se que as vendas serão menores neste Natal. “É a crise”, dirão conformados os lojistas. Sim, “é a crise”, mas é, antes, a crise dos valores, da perda da religiosidade; é a crise dos que se afogam na superficialidade das coisas. Não estou advogando que nos recusemos à tradição cultural das festas com suas circunstâncias. Estou, apenas, lembrando que tais preparativos não podem obscurecer o espírito do Natal porque isso significaria perder a oportunidade de construir em nós a plenitude dos tempos.
 

  • 24 Dezembro 2014