• Percival Puggina, com conteúdo do Diário do Poder
  • 27/01/0202
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“CORPO MOLE” NA ELETROBRAS

 

Leio no Diário do Poder

O presidente demissionário da Eletrobrás, Wilson Ferreira Júnior, que cobra “envolvimento” do presidente Jair Bolsonaro nas privatizações, não se esforçou para isso.

O Planalto acha que ele dificultou o quanto pôde o processo de privatização da estatal. Não fez o básico: separar o que é considerado “intocável” pela Constituição, como Itaipu e Eletronuclear.

Tampouco vendeu as mais de cem sociedades de propósito específico (SPEs) penduradas na Eletrobrás. Nem precisava convocar assembleia geral. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.

COMENTO

Essa é uma situação muito comum. O espírito de corpo, o corporativismo, é um torniquete aplicado a cada processo de privatização porque os funcionários dessas estatais estão convencidos de que ninguém conseguirá conduzir as atividades da empresa com maior qualidade e tão bom preço.

Só que isso não e bem assim. Primeiro, trata-se de um natural mecanismo de autoproteção, expressão do desejo de manter o monopólio sobre seu posto de trabalho.

Por isso, a cada ato de privatização, obriga-se o governo a manter um plantão com centenas de advogados da AGU para obstaculizar as ações simultâneas que ingressam nas varas federais do país com o intuito de impedir os leilões.

Por outro lado, entre os 39 países que integram um levantamento da OCDE, o Brasil é o que tem sob sua tutela o maior número de estatais nacionais (418)! Se a isso acrescentarmos as empresas públicas  estaduais e municipais, o número vai a vários milhares.

Finalmente, o país precisa fazer caixa para sair da crise fiscal a que foi empurrado pela Covid-19 e por determinações imprudentes  e inúteis impostas às suas atividades produtivas.