• Fernando Donate Ochoa, em Cubanet
  • 28/06/2022
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Largas filas para passaporte. A imparável migração cubana

Fernando Donate Ochoa, em Cubanet

 

Cuba vive sua maior onda migratória desde 1993. O aumento das dificuldades, a escassez aguda, o alto custo de vida, os apagões, o pessimismo diante de um futuro incerto, a falta de liberdades econômicas e políticas estão entre os motivos que impulsionam a migração dos cubanos.

“Vou iniciar o processo de passaporte para deixar este país que não está avançando. Aqui sofremos necessidades de todos os tipos. Vivemos muito mal e quero dar um futuro melhor à minha família”, disse à CubaNet um jovem que se identifica como Rubén.

“Nada vai melhorar. Estamos estagnados e a situação neste país está cada dia pior”, diz Enrique, que confessa ter levantado vários problemas nas reuniões de prestação de contas e que nunca foram resolvidos.

Às seis da tarde começou a chamada na fila onde são retificados os turnos para o processo de passaporte.

Centenas de interessados ??se reúnem em torno de uma pessoa que, de pé sobre uma plataforma de concreto, grita os nomes.

A agitação é ensurdecedora. Eles pedem silêncio para ouvir. Da multidão os presentes dizem seus sobrenomes, e essa é a chave para se manter em uma lista que parece infinita.

Os que não respondem são riscados e os que ratificaram a sua posição recebem um pequeno cartão no qual está escrito um número que indica a sua posição na fila que lhes permitirá, no dia seguinte, fazer uma reserva na Identificação, Imigração e Escritórios de Procedimentos de Imigração (OTIIE) de Holguín.

 "Tem que riscar os que não estão lá", grita uma mulher que sabe que quanto menos gente, mais perto estará do seu objetivo. “Já fiz várias filas e quando é feita uma lista é para baixar a posição. Quem não responde é eliminado”, diz a senhora.

O clima esquenta quando um homem recém-chegado e eliminado pede para ficar na lista. “Eu sou um dos primeiros. Estou na fila há vários dias. Cheguei atrasado hoje porque estava trabalhando e moro muito longe.”

Ninguém sente pena dele e uma jovem lhe diz: “Deixei minha filha com uma vizinha para entrar na fila. Quem não responde é eliminado, essa é a lei”. O aflito senhor não tem escolha a não ser esperar para se inscrever no final.

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Fora a miséria sem solução possível e a eterna falta de liberdade, o regime é “ótimo”...