• 21/09/2020
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SEQUESTRADA, DESPIDA E ESPANCADA POR DOAR ALIMENTOS E MEDICAMENTOS

Cubanet, boletim.


"Disseram-me para pensar antes de continuar a fazer a contra-revolução, porque aparentemente, ajudar os mais necessitados, para eles, é a contra-revolução"

HAVANA, Cuba.- “Disseram-me que me fariam desaparecer se continuasse com atividades contrarrevolucionárias”, disse Idelisa Diasniurka Salcedo Verdecia (Eli Salcedo) após ser libertada cerca de 5 horas após seu sequestro, esta sexta-feira, 18 de setembro, em Alquízar, Província de Artemisa.

A ativista havia sido detida na rua pela Polícia Nacional Revolucionária (PNR) quando estava prestes a entregar alguns remédios e receber outros, destinados a famílias carentes.

Segundo o narrador, a prisão foi violenta, uma mulher vestida com uniforme do PNR e dois homens vestidos de civis a algemaram e empurraram para a patrulha 7022 da Guarda Operacional; Seu celular e carteira também lhe foram tirados.

Não lhe explicaram o motivo da prisão, não lhe apresentaram um mandado de prisão nem leram seus direitos.

Na unidade policial de Alquízar, duas policiais mandaram que ela se despisse. Quando ela se recusou, bateram nela, forçando-a a fazê-lo e até agachando-se para se certificar de que ela não estava usando nada escondido em seus órgãos genitais.

Mais tarde, foi interrogada e ameaçada por um oficial da Segurança do Estado (SE) que se identificou como Oscar.

Eli, como todos a conhecem, é promotora do projeto comunitário “Casa a Casa”, através do qual são entregues alimentos e remédios a pessoas carentes da província. Para isso, criou também o grupo no Facebook Las Marianas del Presente.

Salcedo Verdecia afirma que foi liberada em poucas horas, pois os policiais estavam cientes da pressão que vinha sendo exercida nas redes sociais e na imprensa desde o momento de sua prisão.

Antes de ser libertada, apreenderam 200 CUC que, segundo ela, vinha transportando com o objetivo de comprar alimentos para um refeitório comunitário que pretende construir, para ajudar as pessoas que não têm o que comer. Também apreenderam seu celular, medicamentos e seu kit de pressão arterial.