• Carlos Barbieri, Oxford Group
  • 15/10/2022
  • Compartilhe:

2023 – Catástrofe anunciada

 

Carlos Barbieri

Os cenários para 2023 continuam incertos e com variáveis ainda difíceis de serem previstas e analisadas.

Se levarmos em conta as análises dos principais bancos americanos, todos estão se preparando para um aumento da inadimplência, aumentando suas provisões, face a expectativa de aumento dos créditos de difícil cobrança.

Devem colocar em seus balanços uma reserva mínima de $4,5 bilhões para estarem preparados para este possível “calote tsunami”. Ponderemos, isto nos EUA, onde o consumo ainda está forte e o desemprego baixo. Mas, a inflação não está controlada e o FED precisa seguir aumentando os juros, de forma acentuada.

De fato, a abundância de dinheiro, não necessário, injetado na economia, de qualquer forma ainda mantém o consumo, mas, tira o efeito rápido dos aumentos dos juros no controle (ou descontrole) inflacionário.

A curto prazo, os juros altos aumentam as receitas dos bancos, mas, deve-se prever uma perda média de 20% nas suas receitas em face das inadimplências e reservas.

O bom é que suas reservas dão segurança às instituições bancárias. Os grandes bancos passaram, com galhardia, nos testes de stress do FED.

Já, se levarmos em conta o FMI, entenderíamos que teremos um ano com pioras consideráveis com relação a este ano de 2022.

Vários países, podem entrar em “defaults”, particularmente os em desenvolvimento e, o seu último relatório, nominalmente cita, Bahamas, Ucrânia, Gana, El Salvador, Equador, Egito, Tunísia, Etiópia, Quênia, Tajiquistão, Paquistão e Camarões, como países de maio risco.

A inflação, a nível mundial, segue crescente e, poucos países estão como o Brasil, em situação de inflação declinante.

Da mesma forma, a Europa e EUA com crescimento pífio ou negativo, este ano, e perspectivas mais sombrias para 2023. Novamente, o Brasil é uma exceção, com crescimento em torno de prováveis 3% em 2022, possivelmente maior até que a China que deve estar aquém deste número.

Claro, no caso do Brasil, tudo depende das eleições, mas o país tem tudo para seguir crescendo com investimentos já contratados tangenciando $1 trilhão de dólares para os próximos anos.

As crises de alimentos e energia, que colocam em xeque o crescimento e a inflação da Europa em muito também favorecem o Brasil e os EUA, que poderão e deverão se beneficiar com as crises mencionadas.

Em resumo, teremos um ano modesto para o mundo, com declínio do comércio internacional, crises em vários países, particularmente na Europa e países em desenvolvimento, à exceção do Brasil

O EUA, deve seguir andando de lado, mas puxado por estados como a Flórida, Texas, Geórgia entre outros que estão pujantes em suas economias, como é o caso da Flórida que deve crescer 6% neste ano, apesar do furacão Ian.

*        Relatório Oxford Group 14/10