O Globo - Boechat

01/05/2009
Antes de iniciar a sess?plen?a de hoje ?arde, Celso de Mello, ministro decano do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu a palavra para homenagear Gilmar Mendes, que completou um ano na presid?ia do tribunal na ?ma quinta-feira. O fato ?n?to na hist? do tribunal. Durante 25 minutos, Celso comentou o trabalho realizado por Gilmar ?rente do tribunal durante o ano. Ele enumerou as a?s julgadas no STF como Raposa Serra do Sol, o debate das c?las tronco e nepotismo e comentou como esses temas influenciam diretamente na vida dos cidad?. - Tenho para mim que alguns dos eventos e realiza?s que relatei representam, s?r si, a atesta?, Senhor Presidente, de sua atua? como magistrado respons?l e fiel ao interesse p?co e ?ausa da justi? e que ser?apaz, por isso mesmo, de superar os graves desafios e problemas que tanto afligem o Poder Judici?o em nosso Pa?– disse Celso. Assim que Celso terminou de falar, os ministros Carlos Alberto Direito, Ricardo Lewandowski, Carmen Lucia, Eros Grau, Carlos Ayres Britto e Ellen Gracie seguiram os votos do decano. Marco Aur?o Mello ficou calado e n?apoiou a homenagem. Cezar Peluso e Joaquim Barbosa n?est?presentes na sess? Joaquim est?m S?Paulo, onde trata o problema nas costas no Hospital Albert Einstein. - Esta suprema cote n?julga em fun? da qualidade das pessoas ou condi?. O Supremo ?ais importante do que todos e cada um dos seus ministros. Devemos velar pela integridade de suas fun?s, sendo-lhes fi?. ?por isso que jamais podemos a respeitabilidade institucional e integridade da corte suprema – concluiu Celso. Esta ? segunda vez em menos de uma semana que os ministros manifestam apoio a Gilmar Mendes. Na ?ma quarta-feira, depois da sess?em que Mendes e Joaquim Barbosa bateram-boca, oito dos 11 ministros do tribunal assinaram uma carta de apoio ao primeiro ano de gest?de Mendes.

Clóvis Rossi

01/05/2009
SÏ PAULO - Estou abrindo uma subscri? p?ca para comprar uma casinha para o pobre deputado Domingos Dutra (PT-MA), que diz temer ser obrigado, daqui a pouco, a andar de jegue, morar em casa de palafita e mandar mensagens por pombo-correio. Coitadinho. N?sei se choro de d? recomendo o ilustre pai da p?ia para o Pr?o Nobel do Cinismo, a ser ainda criado, mas que ser?fatalmente, atribu? a um congressista brasileiro (ou a todos eles de cambulhada). O coitadinho do Dutra s?queceu que: 1) tem casa de gra?em Bras?a, paga por n?2) tem uma verba para gastar com correspond?ia que daria para inundar de papel uma cidade pequena; 3) carro ? que n?falta para os pais da p?ia. Se faltasse, o gordo sal?o que ganham daria para comprar ao menos um. ? portanto, de um cinismo imbat?l, digno de pr?o. Ali? o seu partido, o PT, enchia a boca antigamente para reclamar dos privil?os de que gozavam os parlamentares (os 300 picaretas de Lula, lembra-se?). Chegou ao poder e lambuza-se no gozo das vantagens a ele inerentes, para n?falar nos trambiques que levaram o procurador-geral da Rep?ca, com o aval do Supremo Tribunal Federal, a rotular suas principais lideran? de organiza? criminosa. Mas o coitadinho do Dutra n?est?ozinho na disputa pelo Nobel do Cinismo. O l?r do PTB, Jovair Arantes, aquele mesmo que confunde as coisas p?cas com as suas coisas, agora pergunta, ante a amea?de cancelamento das passagens para parentes de deputados: N?posso mais trazer minha filha para dormir comigo?. Pode, Arantes. ?s?gar a passagem, como fazemos todos os mortais comuns. Repito: essa gente toda acha que maracutaias, trambiques e privil?os s?direitos adquiridos. O Nobel do Cinismo seria pouco. crossi@uol.com.br

El Tiempo

01/05/2009
Si las Farc quieren llegar al poder, ser?m?f?l convertirse en un partido pol?co y disputar elecciones, dijo el mandatario. Si este continente permiti?e un indio llegue a Presidente (en referencia al boliviano Evo Morales) y un obrero metal?co (el propio Lula), ¿por qu?lguien de las Farc no puede llegar al poder disputando elecciones?, se pregunt? mandatario brasile? Lula formul?tas declaraciones al analizar, junto con Garc? el papel que el nuevo presidente de Estados Unidos, Barack Obama, podr?desempe?en el establecimiento de un nuevo escenario en las relaciones con los pa?s de Am?ca Latina. Yo le dije al presidente Obama que era necesario que Estados Unidos mire hacia Am?ca Latina sin la mirada de la Guerra Fr? porque es un continente donde ya no existe ning?rupo que quiera llegar al poder por la lucha armada, con excepci?e las Farc, dijo el presidente brasile? Las declaraciones de Lula se dieron en momentos en que la senadora Piedad C?ba se encuentra en ese pa?en procura de conseguir la ayuda de ese Gobierno para la liberaci?e secuestrados que est?en poder de las Farc. La congresista se reuni?er con el principal asesor de Lula para asuntos internacionales, Marco Aurelio Garcia, quien le reiter? inter?y la disposici?e Brasil para colaborar con nuevas liberaciones. La senadora tiene previsto para hoy un encuentro oficial con Lula para agradecerle el apoyo log?ico que prest?e pa?en febrero pasado para la entrega de seis secuestrados que ten? las Farc. La congresista colombiana no descart?e esta misma semana se sepan las coordenadas del lugar donde est?l cad?r del mayor (Ernesto) Guevara, fallecido en cautiverio. Sin embargo, el Gobierno colombiano ha ratificado que la Cruz Roja Internacional es la ?a autorizada para participar en las liberaciones y ha dejado por fuera a la senadora liberal. http://www.eltiempo.com/colombia/politica/lula-le-pide-a-farc-que-se-conviertan-en-partido-politico-si-desean-llegar-al-poder_5089804-1

Ipojuca Pontes

01/05/2009
O Estado de S. Paulo - SP, Opini? Ipojuca Pontes, 27/04/2009 Conforme determina cl?ula p?ea, um dos primeiros passos de Lenin na rota da “constru? do socialismo” dentro da URSS foi estabelecer o controle dos “meios sociais de produ?”, nele inclu?, ?o, o completo dom?o sobre os ve?los de comunica?, os estabelecimentos de ensino e a produ? cultural. Mas antes de adotar qualquer medida, demonstrando grande senso de objetividade, logo depois de desfechar seguro golpe sobre o governo provis? de Kerensky, o mentor da “ditadura do proletariado” tomou a iniciativa de mandar um bando armado se apossar das chaves do cofre do banco do Estado russo. Ele queria, desde logo, o controle da grana. (S?t?lo de ilustra?, o historiador ingl?Orlando Figes, no seu bem documentado livro sobre a Revolu? Russa, A Trag?a de um Povo - Record, Rio, 1999 -, relata epis?, considerado a um s?mpo grotesco e brutal, do infeliz diretor do banco oficial que, ao negar a entrega das chaves da caixa-forte ao bando revolucion?o, levou um tiro na nuca depois de perder parte da m? arrancada por uma dentada.) Ao impor o seu sistema de governo, de car?r totalit?o, Lenin, amparado no poder dissuas? da coer? e da viol?ia, tinha por objetivo a tomada (e a destrui?) dos “meios de produ? e express?do pensamento burgu? (em russo, burzhooi), tidos historicamente como ultrapassados. Caberia ?rdem emergente estabelecer os padr?de supremacia dos valores do pensamento prolet?o e fazer dos meios de comunica? e da produ? cultural instrumentos ideol?os a servi?da propaganda e das metas revolucion?as sob o controle burocr?co do Partido Bolchevique (leia-se comunista). O modelo de “organiza? da cultura” imposto por Lenin nos primeiros anos do regime, embasados na censura e no patroc?o estatal, s?ingiu o patamar da excel?ia na era Stalin, univocamente voltada para a expans?da ideologia comunista no seio da sociedade. Para consolidar tal projeto e manter o ativo controle do aparato burocr?co sobre a difus?das ideias e da cria? art?ica Joseph Stalin, ent?considerado “Guia Genial dos Povos”, n?precisou chafurdar muito: ele tinha ao seu dispor, alojado no Comit?entral do Partido Comunista (PC), a figura de Andrei Aleksandrovich Jdanov, o estrategista da pol?ca cultural do regime e mentor do “realismo socialista”, o preceito est?co, de “valor universal”, que tinha como princ?o comprometer a cria? art?ica - notadamente no cinema, teatro, na literatura, m?a e pintura - com “a transforma? ideol?a e a educa? do proletariado para a forma? do novo homem socialista”. Desde logo, com as chaves do cofre nas m?, Jdanov disse a que veio: fiel int?rete do esp?to revolucion?o, deixou a entender que dali em diante a atividade cultural seria uma empresa voltada para a implanta? do socialismo. Dentro deste escopo, Jdanov selecionou artistas e burocratas afiliados ao PC e estabeleceu as novas regras para obten? dos financiamentos oficiais no terreno das artes. Para avalizar os projetos culturais (ou censur?os) e distribuir as benesses ele fixou crit?os, organizou comiss?e conselhos e, no controle seletivo da produ? cultural, em vez de arte, criou a mais formid?l m?ina de propaganda jamais imaginada, capaz de fazer o mundo acreditar que Stalin era Deus e que o povo russo, submetido a eternas cotas de racionamento, vivia no para? terrestre. Pensadores e artistas genu?s pagaram caro pelo processo cultural acionado pelo stalinismo, decerto mantido at?oje em v?as partes do mundo (vide Cuba, China e adjac?ias). A partir da “seletividade” imposta por Jdanov no campo da produ? cultural, centenas de criadores foram marginalizados da atividade art?ica. Outros foram presos ou ficaram loucos. Outros tantos foram cortados da lista de distribui? de benesses oficiais e segregados como “formalistas”, “reacion?os”, “cosmopolitas” e “inimigos do povo”. No reino discricion?o da cultura oficial sovi?ca, por exemplo, a not?l poetisa Anna Akhm?va (para Jdanov, “meio freira, meio meretriz”) foi levada ?is?a; Maiakovski, ao suic?o; Soljenitsyn e Boris Pasternak, aos campos de concentra?. Dostoievski, por sua vez, foi banido das bibliotecas p?cas. O pr?o Serguei Eisenstein, o inventivo cineasta da propaganda stalinista, amargou o diabo depois que exibiu para o crivo cr?co de Stalin a sua vers?de Ivan, o Terr?l (parte dois), morrendo em seguida. Em tempos recentes, depois da morte de Stalin, aos preceitos do jdanovismo foram adicionados, no campo da “organiza? da cultura” socialista, os ensinamentos de Antonio Gramsci (Il Gobbo), te?o comunista italiano, criador da estrat?ca “revolu? passiva”. O modelo tra?o por Gramsci para a constru? do socialismo, em vez do apelo ao mito da for?prolet?a, privilegia o papel da cultura e o poder multiplicador dos meios de comunica?, fundamental para a difus?de um novo “senso comum” no seio da sociedade. Sem a “revolu? do esp?to”, diz Gramsci, “a ser disseminada pelo intelectual org?co, n?se pode destruir o Estado burgu? (leia-se democrata). No Brasil, ao assenhorear-se do poder, Lula e seus agentes passaram a laborar, dia e noite, aberta ou veladamente, na “constru? do socialismo”. Para consolidar tal projeto se faz necess?a, como o presidente-sindicalista j?eixou claro, a expans?do “Estado Forte”, em que ao indiv?o cabe pouco mais do que o papel de burro de carga, a alimentar uma colossal e dispendiosa estrutura burocr?ca. Na esfera da cultura, desde a proposta de cria? da Ag?ia Nacional do Cinema e do Audiovisual (Ancinav), em 2004, o governo, sempre tentando o controle total sobre os recursos tomados ?ociedade, busca a inger?ia direta no processo da cria? art?ica. Nada leva a crer que a atual investida na revis?da Lei Rouanet tenha outro objetivo. Caberia ao Congresso ficar atento a essa amea?totalit?a. * Cineasta e jornalista, ?utor do livro Politicamente Corret?imos

Pedro Feiten

01/05/2009
Vivemos um tempo de mudan?. Mudan? que sentimos a todo o momento. Mas quando n?foi assim? N?ovens, somos agentes dessas mudan?, que s?o nosso presente-futuro. Somos os grandes respons?is por novos tempos. N?aqueles em que somos chamados a colaborarmos em um futuro que nunca chega, ou em que o jovem somente ?econhecido como o futuro distante. Somos o hoje, o agora! Estamos aqui, trabalhando, estudando, construindo e realizando. Perseguidos por dificuldades, na sombra da realidade, somos vitoriosos. Em um pa?em que as pol?cas p?cas s?imediatistas, ou ainda carecem de sensibilidade social, somos resultado de uma sociedade que age sob a press?do dia-a-dia. Mas tudo isto serve somente de est?lo, aprendizado e encorajamento para enfrentarmos o nosso presente. O jovem precisa manifestar-se, n?em uma onda de revanchismo, loucura do agredir ou ref?de massas de manobra. Precisa manifestar-se com intelig?ia, com capacidade intelectual, com preparo e principalmente com resultados pr?cos, que sobressaiam a sua capacidade evolutiva e valorativa. A participa? pol?ca da juventude adv?deste conceito, da organiza? em grupos de discuss?e interesse, na possibilidade de estar representado e representar-se, como membro efetivo de mudan?. O jovem precisa ser agente do processo, atuante, com o objetivo de estabelecer novos paradigmas e par?tros de alinhamento social. Fazer-se valer de suas possibilidades, com real enfrentamento de crescimento social. Fazer parte de um partido pol?co na defesa de id?s e de perspectivas de novos momentos ?sto, pois um partido ?ma seara de pensamentos em transforma? permanente, fruto da capacidade de di?go e das realidades sociais postas. Problemas? Dificuldades? Dualismos? D?as? Interesses? Partido pol?co ?sto mesmo, fruto do reflexo que vivenciamos a cada momento. Perfei?? Esta n?uscamos, constantemente, atrav?da supera? das nossas dificuldades, enquanto sociedade moderna. Se desejarmos uma nova pol?ca, n?amos faz?a. Se desejarmos novas a?s, n?recisamos agir. Se desejamos que a pol?ca seja um lugar de ?ca e transforma? de projetos em realidade, precisamos fiscalizar e participar. Nada ?e gra?em nossa vida, se n?houver o nosso interesse e a nossa colabora? n?teremos o resultado esperado, e assim, que come?os a nos decepcionar com a pol?ca. Para mantermos nossa casa sempre em ordem, limpa, organizada, em harmonia, e ainda, com um belo jardim vistoso, precisamos trabalhar de forma continua em busca do que pretendemos. A pol?ca de um pa??a mesma forma, resultado dos nossos esfor?. Vamos come? o nosso? *Presidente Nacional da Juventude Progressista - PP

Jayme Copstein

01/05/2009
C?ido Norberto dizia que a frase pol?ca n??ara gente decente foi inventada pelos corruptos porque n?desejavam – continuam n?desejando – a concorr?ia de gente honesta. Aprofundando o racioc?o, uma reforma pol?ca em profundidade – o voto distrital – n?sai porque permite, pelo barateamento das campanhas, que pessoas decentes disputem mandatos sem se comprometer com financiados privados e at?uito privados. S?e para que o leitor – e eleitor – tenha ideia de como o voto proporcional encarece as elei?s, basta tomar como exemplo o Rio Grande do Sul, onde um candidato a deputado deve disputar 120 mil votos. Na pr?ca, vai disputar esses 120 mil votos entre 7.925.459 eleitores, espalhados 281.734 quil?ros quadrados. Se a sua campanha custasse apenas um real por quil?ro – n?custa, ?em mais do que isso – e ele percorresse apenas uma v ez esse territ?, uma campanha completa, a mais barata para deputado federal, implicaria despesa de 281 mil 734 reais. Acrescentemos outras despesas, como a propaganda impressa. Se o famoso santinho, aquele peda?de papel com a foto, nome e n?o de registro do candidato, custasse apenas um centavo – custa mais – para cobrir o eleitorado, gastaria mais 75.321 reais. Por a?fora. ?s? somando as despesas, aluguel de comit? faixas, camisas, b?s, no m?mo a campanha totaliza um milh?de reais. Fora desses esquemas, com raras e honrosas exce?s, ningu?se elege com pouco dinheiro. E agora? Quem fiscaliza o financiamento da campanha, quem faz as famosas doa?s por fora, em que condi?s de toma-l??? doa? foi feita? Quem est?resente em todos recantos de um Estado como o Rio Grande do Sul para verificar, conferir e i mpedir a corrup?? Para corrigir esta situa?, a primeira malandragem proposta pelos corruptos que n?desejam a concorr?ia dos honestos: financiamento p?co de campanha (algo em torno de 7 a 8 reais por voto angariado pelo partido) e proibi? das doa?s privadas. E da?Se para angariar 120 mil votos cada deputado gasta um milh?de reais, bem mais que esse 7 ou 8 reais divididos por todos os candidatos daquele partido, como se financia o resto? As elei?s n?se resumem apenas a deputados federais. E de novo, quem consegue fiscalizar o balc?do toma-l???Ao tempo da ditadura militar, em que a amea?de cadeia pesava sobre os corruptos, tamb?eram proibidas as doa?s eleitorais. Algu?tem a ilus?de que a corrup? n?corria grossa como hoje?

Tibiriçá Ramaglio

30/04/2009
H?uito deixei de ir ?issa aos domingos, passei a faz?o nas manh?das sextas-feiras, por um ?o motivo: tenho uma profunda avers?est?ca ??a que se canta nas celebra?s hoje em dia. Al?das letras paup?imas das can?s, com que se tenta banalizar os ensinamentos evang?cos e entoar louvores ?ediocridade, n?consigo considerar o viol?(para n?falar dos atabaques) um instrumento adequado ao interior de um templo. As missas das sextas-feiras s?mais silenciosas e o sil?io ?undamental para que se escute o eco das palavras divinas. Al?disso, apesar de n?terem a pureza da cerim? tridentina, essas missas s?celebra?s que se aproximam mais daquelas que freq?ei quando menino, ao fazer o catecismo. N?que aquelas fossem propriamente missas modelares – afinal n?t?a pureza dos ritos tridentinos – mas porque imagino que as missas que assisto hoje deveriam ser iguais ?que assisti desde a minha mais tenra inf?ia, iguais ?que assistiram meus pais e meus av?ntes de mim e que seus pais e seus av?ssistiram antes deles e assim sucessivamente, at?quelas celebradas pelos primeiros disc?los. Acredito que a missa deveria ser para todos n?ma ?ora espiritual que nos mantivesse firmemente atados ao dogma essencial de nossa f?e evitasse que dele nos afast?emos, arrastados pelas correntezas das mudan? que agitam tempestuosamente o mar de nossas vidas. Principalmente numa ?ca como a nossa, em que a revolu? tecnol?a faz da mudan?a regra e da perman?ia (aparentemente) uma exce?, a missa deveria ser sempre igual para nos permitir experimentar, semanalmente, a sensa? de eternidade, de modo a compreendermos que “Dios no se muda”, como ensinou Tereza D’vila. Mas, ?vezes, as obriga?s sociais nos colocam na Igreja em outros momentos e no s?do passado fui a uma missa contempor?a, em que o sacerdote me brindou com uma express?que me deixou profundamente perturbado, ao distribuir sua b??final com as seguintes palavras: “A b??de Deus Pai e m? do Filho e do Esp?to Santo...” Depois de perpetrar essa heresia, o padre justificou-se apelando ao G?sis, segundo o qual Deus criou a humanidade a sua imagem e semelhan? “Se Ele dividiu a humanidade em homens e mulheres, ?or que Ele tamb??omem e mulher”. O argumento ?id?lo. Deus nos criou a sua imagem e semelhan? sim, mas a rec?oca n??erdadeira. Ou seja, disso n?decorre que Ele se assemelhe a n?especialmente no que se refere aos ?os genitais, dos quais Ele, em sua espiritualidade, prescinde por completo. Basta lembrar que, para gerar seu Filho, Ele n?precisou recorrer a nenhum corpo, de tal modo que Maria p?conceber sem nenhum pecado, como testemunham os Evangelhos. Falar em um “Deus Pai e M? s?o ?ma tenebrosa blasf?a porque ?ma cretinice t?grande que nem chega a ser blasf?a. ?claro que a uma idiotice desse calibre d?ontade de responder com a virilidade de um cangaceiro, dizendo ao padre mentecapto: Deus ?acho, seu cabra safado! Mas Deus merece respeito. N?sou te?o, mas tudo me leva a acreditar que a Primeira Pessoa da Trindade, assim como a Terceira, n?tem sexo/g?ro, n?s?nem masculino, nem feminino. A tradi? os representa sob a ?de da masculinidade: o senhor Deus, o Esp?to Santo. E a tradi? ??a. No campo religioso, como disse Chesterton, em sua Ortodoxia, n?h?ue procurar muita novidade. Veja-se o caso da toler?ia, por exemplo. Muita gente gosta de atribuir a no? de toler?ia a Spinoza e a Locke. Acredito que essa no? ?em anterior ?poca desses pensadores e tem sua origem na ocasi?em que Jesus esteve entre n?Ali? quem nos ensinou essa no?, foi precisamente Jesus, Nosso Senhor, quando nos presenteou com o “Pai Nosso”, essa ora? surpreendente, em que tudo est?ito. “Perdoais as nossas ofensas, assim como n?erdoamos a quem nos tem ofendido”, diz a prece. Pois bem, se entendo o “assim como” por “na mesma medida com que”, creio chegar ?eguinte conclus? s?sso obter o perd?divido, na mesma medida com que perd?(s) outro(s). E o que ? perd? sen?a compreens?e o respeito, fonte prec?as da toler?ia? Decorre da?ue se encontra toda toler?ia nessas breves palavras da ora? que o Senhor nos ensinou. http://observatoriodepiratininga.blogspot.com

Nahum Sirotsky

30/04/2009
Tel Aviv Amigo do Brasil me informa que Lula prepara nova viagem. Mais uma!, diz ele. No meu entender bem mais do que uma viagem. Um delicado ato de equilibrismo diplom?co. ??o que o pessoal do Itamaraty se mant?informado. Pensam cuidadosamente cada passo no contexto da pol?ca que seguem. 3 vezes cometem o que parecem erros pol?cos no contexto internacional. Mas, n?s?acasos. Lula vai a Ar?a Saudita. E da??o maior exportador de petr?. O maior cliente do Oriente M?o da ind?ia de armamentos. O pa?de origem do Isl?Maom? de Meca, a cidade mais santa do Isl?A que todo crente tem de visitar, pelo menos uma vez na vida. Pa?sunita por excel?ia, herdeiro e cumpridor das tradi?s do Profeta. Conservador como nenhum outro. E autor do plano de paz entre israelenses e palestinos que Obama mais aprecia. Mais, muito mais. O presidente do Ir?ue breve chegar?o Brasil ?iita ultraconservador, a segunda seita isl?ca em n?o de crentes. Num certo sentido, at?esmo um tanto her?ca, pois venera uma trindade: Al?Maom? Ali, o genro do profeta deserdado pela vi? O Ir? de etnia persa (os ?bes s?semitas). Supostamente, corre para ser uma pot?ia at?a e poder dominante do Oriente M?o. E ?supostamente, o maior financia dor de grupos qualificados de terroristas. O Hezbollah foi impedido de desestabilizar o Egito sunita gra? a efici?ia dos servi? de contraterrorismo do pa? Xiitas t?criado problemas para a Ar?a. Sem serem expl?tos, sauditas, eg?ios, jordanianos e Israel, que ele promete destruir, n?apreciam a recep? que prepararam para ele em Bras?a. N?esquecem a alian?com Ch?s. A ambi? de alian? latino-americanas. Lula, ao que me dizem fontes confi?is do Brasil, vai a Ar?a para mostrar que n??liado do iraniano. N??ontra nem a favor, muito pelo contr?o, ?m dos pa?s com os quais mant?rela?s. ?o cara, como disse Obama. Mas, tendo estado v?as vezes perto sem nunca vindo - o que j?rometeu fazer e n?fez - mant??as rela?s com Israel, talvez aplicando o seu equilibrismo. Tudo dele se pode dizer menos que n?tenha excelente jogo de corpo.

Ubiratan Jorge Iorio

30/04/2009
Desde a sua funda? por alvar?o Pr?ipe Regente Dom Jo?VI, em 12 de outubro de 1808, o Banco do Brasil, inegavelmente, prestou bons servi? ?conomia do Brasil, especialmente naquelas ?cas remotas, em que o sistema banc?o privado n?possu?a for?e a agilidade que os tempos modernos lhe impuseram. Mas tamb??rrefut?l que a institui? j?iveu per?os de enormes dificuldades e que s?o foi ?ancarrota naquelas ocasi?porque os governos nela injetavam recursos dos contribuintes para salv?as dos preju?s provocados por diretorias nomeadas politicamente, sem qualquer compromisso com as mais rudimentares pr?cas de administra? banc?a. Para nos atermos a um per?o mais recente, no governo Fernando Henrique o dinheiro de nossos impostos foi utilizado para sanear o BB que – diziam – seria privatizado. Mas o banco, juntamente com a Petrobras, a Caixa Econ?a e outras institui?s, ?m fetiche ao qual se atribui poder sobrenatural e se presta culto e, assim sendo, as press?contra a sua venda, aliadas ?alta de determina? do governo tucano para concretiz?a, impediram que fosse privatizado e que pudesse, assim, ganhar vida pr?a, livre das restri?s impostas por ditames pol?cos e populistas, como ocorreu, por exemplo, com a Vale. Desta, diziam os adoradores das empresas estatais que a sua privatiza? provocaria desemprego e seria uma ofensa a um ente misterioso denominado “patrim? p?co”. Ora, quando foi vendida, a empresa de minera? tinha cerca de 11.000 funcion?os; hoje, ? segunda maior mineradora do mundo, possui cerca de 50.000 empregados e expandiu-se pelo planeta e, se houve queima de “patrim?“, certamente foi uma salutar queimada de patrimonialismo – que nada tem de “p?co” -, representado pelas indica?s que os pol?cos faziam para a sua diretoria, que passou a ser exclusivamente t?ica. ?incr?l o mal provocado ?ossa economia por esses fetiches e manipan? cultuados pela esquerda. Recentemente, o presidente da Petrobras, empresa que tem a?s negociadas em bolsa, afirmou categoricamente que os pre? praticados pela estatal eram determinados “politicamente”, ou seja, para quem sabe como se formam pre? em qualquer mercado, o que ele disse foi que n?eram pre?, mas pseudo-pre?. E quem n?se recorda do debate entre Lula e Alkmin, no segundo turno das ?mas elei?s para presidente, em que o candidato tucano, acusado pelo petista de querer privatizar o Banco do Brasil, recuou intimidado e jurou de p?juntos que, caso fosse eleito, n?o faria? Ainda no primeiro mandato do presidente Lula, descobriu-se que um diretor do BB tinha usado recursos do banco para comprar ingressos para um show que seria realizado para arrecadar fundos para o Partido dos Trabalhadores. E a recente substitui? do presidente da bicenten?a institui?, a pretexto de reduzir os spreads, ?ma indica? de que a secular tend?ia ao seu uso pol?co ganha for? revigoradas no governo atual. Estivessem o presidente da Rep?ca e o ministro da Fazenda de fato preocupados com o spread, deveriam, ao inv?de politizar o banco, empenhar-se por medidas como a redu? dos impostos diretos e indiretos incidentes sobre as opera?s financeiras, do IOF, da Cofins, do PIS, da Contribui? Social Sobre o Lucro L?ido (que subiu de 9% para 15% em 2008), do Imposto de Renda e, principalmente, preocupar-se em promover a diminui? imediata do maior percentual de dep?o compuls? sem remunera? do mundo. Mas n?querem reduzir impostos, ou melhor, n?podem, porque o Estado inchado que defendem precisa saciar incessantemente seu apetite inexaur?l e crescente. Com a mudan?o BB passou a ter, al?do novo presidente, seis dos nove vice-presidentes tamb?ligados ao PT. O s?mo ?uncion?o de carreira do banco (assim como alguns dentre os seis primeiros), mas ligado ao PMDB e, segundo os jornais, “pr?o do PT” e apenas dois dos vice-presidentes n?t?liga?s partid?as... Eis um horr?l exemplo de como o banco – conhecido tradicionalmente pela excel?ia de seu quadro de funcion?os – volta a ser “partidarizado”, fato lament?l sob qualquer ?a, inclusive a dos nacionalistas bem intencionados. ?mais um exemplo de que no Brasil o princ?o da profissionaliza? da burocracia n??esmo levado a s?o, embora possa aparentar o oposto. O fato de um funcion?o p?co, que ingressou na carreira por concurso, filiar-se a qualquer partido pol?co e exercer por raz?pol?cas cargo de dire? na institui? a que pertence ?lgo que, sob o ponto de vista ?co, n?cai bem, embora n?haja ilegalidade nesse fato. Pode ser legal, mas n??xemplo de ?ca, especialmente se o referido funcion?o passa a ocupar postos de decis? Uma vez l?por melhor que seja sua forma? moral, passa a ser atormentado pela b?ica quest? de que lado est?a que ex?ito pertence e a que patr?serve? Ao bem p?co ou aos interesses de seu partido? Dou um doce para quem adivinhar o crit?o adotado para a nomea?: que escolhido por ser funcion?o de carreira ou por ser membro do partido? Quem acreditar na primeira op?, certamente deve crer tamb?que o Saci Perer? uma realidade de cachimbo... ?impressionante como este governo est?parelhando a m?ina p?ca e as estatais com levas de “companheiros”, em clara demonstra? de que confunde as coisas de governo, que sempre s?passageiras, com as de Estado, que s?permanentes por defini?. O que estou escrevendo sobre o Banco do Brasil aplica-se, evidentemente, ?dezenas de empresas estatais. ?a politiza? do que deveria ser estritamente empresarial ou de compromisso efetivo com o bem comum, sob os falsos argumentos oportunistas da “fun? social” e dos objetivos “estrat?cos”... Ora, a Vale, a CSN e o setor de telecomunica?s tamb?eram “estrat?cos”, mas foram privatizados e, claramente, a economia do pa?ganhou e nossa soberania n?foi afetada. Um trecho do alvar?e funda? do BB diz que: “Em todos os pagamentos que se fizerem ?inha Real Fazenda, ser?contemplados e recebidos como dinheiro os bilhetes do dito Banco P?co, pag?is ao portador ou mostrador ?ista; e da mesma forma se distribuir?pelo Er?o R?o nos pagamentos das despesas do Estado: e ordeno que os Membros da Junta do Banco e os Diretores dele sejam contemplados pelos seus servi? com as remunera?s estabelecidas para os Ministros e Oficiais da minha Real Fazenda, e Administra? da Justi? e gozem de todos os privil?os concedidos aos Deputados da Real junta do Com?io”. Vejam que interessante a ordem que sublinhei acima, escrita em 1808! Estamos em 2009, passaram-se duzentos e um anos e o que mudou? ?o velho - e ao que parece imortal - patrimonialismo latino-americano, com todas as suas tintas: tudo para os amigos de El-Rei, ou do coronel, ou, no caso presente, do “partido” e, para o povo, apenas a obriga? patri?a de pagar impostos, taxas e contribui?s! H?ouco tempo, o marketing – muito bem feito, por sinal – dizia que o BB era o “banco da Maria, da Ana, do Jos?do Ant?”, etc. Mentira deslavada. Propaganda enganosa. Hoje, o banco ?o PT, como no passado j?oi de outros partidos que ocupavam transitoriamente o poder. A ?a solu? para impedir essa apropria? partid?a ? privatiza? pura e simples. O Estado n?precisa ser dono do Banco do Brasil, da Petrobras, da ECT (recordemo-nos do “Mensal?), da Caixa, da Eletrobr?e de tantas outras empresas. Deve vend?as. Ser?elhor para a economia do pa? porque elas passar?a ser geridas por crit?os empresariais e t?icos e imunizadas contra as influ?ias pol?cas. Cair? burocracia e subir? efici?ia. E sobrar?recursos para que o Estado os aplique em ?as em que sua presen??mportante e nas quais tem atuado de maneira p?a. Algu?pode duvidar disso? Por que, por exemplo, as correspond?ias que recebemos precisam ser entregues por um funcion?o p?co (incluindo os Darfs para pagamento de tributos)? Quando vamos acordar da anomia em que estamos mediocremente mergulhados e exigir de nossos representantes que atentem concretamente para o fato de que, no mundo de hoje, o Estado n?precisa ser dono de bancos? Deve desfazer-se deles e passar a cuidar de servir aos cidad? – e n?de servir-se deles para dar vaz?a suas aspira?s pol?cas. Mas cuidar dos cidad?, o que significa atuar com efic?a em suas fun?s b?cas – educa?, sa? infraestrutura, seguran?e justi?– ?lgo que parece n?passar pela cabe?dos que det?o poder no Brasil... Afinal, s?poucos os pol?cos que n?desejam colocar seus afilhados e parentes em postos influentes, muito bem remunerados e sustentados pelos exauridos contribuintes. Que, ainda por cima, pagam os seus ternos e as suas passagens a?as...