• Stefano Silveira
  • 13/03/2009
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O ATUALIDADE DO PENSAMENTO DE MYRDAL - Enviado pelo autor

Segundo o economista sueco Gunnar Myrdal, em seu livro Teoria Econ?a e Regi?Subdesenvolvidas, de 1957: “...quando uma na? pobre e atrasada se torna politicamente independente, vem a descobrir que a independ?ia pol?ca n?significa que ela se encontra automaticamente no caminho do desenvolvimento econ?o”. (p. 100). Para que isto venha a ocorrer, tanto as ex-col?s, como as na?s que h?ais tempo desfrutam de independ?ia pol?ca, por?n?econ?a, dever?superar as amarras que as mant?no caminho da regress?e da estagna? – devido a problemas sociais acumulados – e tentar aumentar o n?l geral de seu desenvolvimento. Neste momento, surge o princ?o da causa? circular e acumulativa, onde um fator negativo ?ausa e efeito de outros fatores negativos. O princ?o da causa? circular e acumulativa ??do em todo campo das rela?s sociais e envolve um conjunto de for? que tendem a agir e a reagir interdependentemente. No estudo das na?s desenvolvidas e subdesenvolvidas esta deve ser a principal hip?e a ser considerada. Em sua an?se, tanto em n?l de mercado nacional, como de mercado global, de forma espont?a o sistema n?se move rumo ao equil?io, podendo, ao inv?disso, fazer com que nos pa?s ou regi?menos desenvolvidas, possam vir a ocorrer fortes “efeitos regressivos”. Myrdal entendia que as economias dos pa?s subdesenvolvidos est?estritamente interligadas com a produ? e exporta? de produtos prim?os, remetendo que suas ind?ias tendam a ser menos competitivas. Tal fato pode inclusive gerar dificuldade para continuidade das atividades das mesmas, caso pol?cas p?cas que atuem em favor da igualdade interregional ou a favor das regi?menos desenvolvidas e consequentemente de suas ind?ias, n?sejam empregadas. Em sua an?se, este processo de deteriora? industrial desencadearia nas regi?subdesenvolvidas uma tend?ia a acumula? negativa, por for?da causa? circular. Estes efeitos cumulativos negativos se caracterizam quando ocorre o encerramento de atividades de uma f?ica, ficando a administra? p?ca local sem esta receita de tributos e os trabalhadores sem seus empregos. Tal situa? acarretaria uma queda na oferta de servi? p?cos (como sa? educa? e seguran?p?ca), bem como no consumo de bens, que trariam efeitos negativos sucessivos ?conomia local, desencadeando um ciclo vicioso. Os referidos efeitos negativos sucessivos podem, por? ser atenuados, anulados ou at?esmo corrigidos entre regi? de um mesmo pa? ou atrav? da associa? pol?ca e econ?a de algumas na?s, firmadas pela assinatura de tratados como o Mercosul, a Comunidade Europ? e o Nafta. Neste caso, os efeitos propulsores das regi?mais desenvolvidas, principalmente dos denominados p? econ?os, poder?irradiar efeitos positivos sobre um raio de regi?pr?as. Ao Estado cabe o papel de indutor de pol?cas p?cas, que buscam a corre? de desequil?ios regionais (como com a atra? de novos empreendimentos), visando a maximiza? dos chamados efeitos propulsores sobre os efeitos negativos, na busca do desenvolvimento local. Dentre os efeitos negativos, que os referidos efeitos propulsores tendem a combater, est?os efeitos polarizadores, que ocorrem a partir das regi?mais desenvolvidas sobre as menos desenvolvidas, resultando na atra? e na concentra? da produ?, do com?io, dos capitais, da m?de-obra, da cultura e da ci?ia. Em termos de mercado globalizado, os efeitos propulsores t?sua import?ia ampliada, uma vez que as ind?ias de pa?s subdesenvolvidos necessitam competir em um contexto de livre mercado com empresas de pa?s centrais operando em condi?s bastante favor?is e contando com o apoio de Estados e institui?s fortes. A interven? do Estado, neste caso, torna-se imperiosa para correta condu? das quest?econ?as, pol?cas e sociais. Segundo Myrdal, isto n??ovo, pois no final ou logo ap? t?ino de guerras, e, no caso espec?co da II Guerra Mundial, v?as organiza?s intergovernamentais foram criadas, como o Banco Interamericano de Reconstru? e Desenvolvimento (BIRD) e o Fundo Monet?o Internacional (FMI) destinadas a levar a cabo pol?cas de integra? econ?a internacional. Estas institui?s defendiam e apoiavam uma ampla interven? p?ca na economia, objetivando corrigir desequil?ios regionais internos. A busca pela melhoria das condi?s de desenvolvimento econ?o, por? muitas vezes coloca em oposi? direta os pa?s em desenvolvimento e desenvolvidos. Os primeiros ainda enfrentam problemas como demandas inel?icas no mercado de exporta? (independentemente do pre?de mercado a quantidade se mantem constante), provocando excessivas flutua?s nos pre?, o que n?lhes permite a importa? de bens de capital, insumos b?cos e tecnologia, em n?o adequado para a produ? e exporta? de manufaturas. O segundo grupo, que muitas vezes exerceu o papel de pa?colonizador, que somente permitiu a independ?ia de suas col?s por achar mais interessante – em termos econ?os – novos mercados consumidores para os produtos de sua ind?ia, n?tem interesse que as na?s que hoje compram seus produtos industrializados iniciem um processo semelhante ao vivido pelo Brasil entre 1930 e 1980 e que passou ?ist? com o nome de Processo de Substitui? de Importa?s (PSI), pois os mesmos convivem e administram distor?s internas que n?lhe permitem pensar em perder posi?s de mercado, sob o risco de comprometer ainda mais seu ritmo de crescimento e desenvolvimento econ?o. Os pa?s pertencentes a tal grupo sofrem com os efeitos da concentra? levando ?chamadas deseconomias de aglomera?, que necessitam de pol?cas p?cas para a identifica? e resolu? dos entraves. Myrdal (1957, p.56) textualiza que: “... ?uase tautol?o afirmar que as regi?mais pobres permanecem essencialmente agr?las”. Disso, pode-se concluir que a industrializa? ? for?din?ca do desenvolvimento, sendo imperioso que o Estado atue como o gerenciador na busca da diversifica? da atividade industrial em diferentes localidades do pa? Uma vez alcan?o o desenvolvimento, que ?m processo hist?o de aumento de produtividade e melhoria geral do padr?de vida da popula?, a sociedade como um todo deve ser beneficiada. * Economista