• José Carlos Sepúlveda da Fonseca - Radar da mídia
  • 21/11/2008
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LULA, OBAMANIA E DITADORES - Jos?arlos Sep?da Fonseca

Tr?dias antes da elei? presidencial norte-americana, Lula foi, uma vez mais, a Cuba. A viagem teve um fim claro: lan? a corda ao regime dos irm? Castro (Fidel e Raul), que afunda a olhos vistos. Atualmente o empenho do presidente e da diplomacia companheira ?alvar o regime ditatorial de Cuba. A ajuda n?visa dar bem estar ?opula?, mas preservar do so?ro o regime comunista que h??das oprime os cubanos: A presen?de Lula em Cuba ?m importante sinal pol?co para Ra?astro, que enfrenta o pior momento de sua gest? afirmou a Folha de S. Paulo (29.out.2008). Notem que os apelos dirigidos pelo presidente brasileiro a Barack Obama s?para que este acabe com o bloqueio econ?o ao regime, que Lula considera inaceit?l. Inaceit?l n?? regime comunista ditatorial, inaceit?l ? bloqueio norte-americano! Por que Lula n?pede a Raul Castro que acabe com o regime ditatorial e d?lena liberdade, inclusive econ?a, a Cuba? Indisfar?el afinidade com o ditador Diante de um grande mural com a figura do guerrilheiro Che Guevara, Lula manifestou sua indisfar?el alegria com a visita ?lha-pris? Ao lado de Raul Castro (carrasco de tantos opositores) Lula brincou e riu desbragadamente, demonstrando a grande afinidade de id?s, de convic?s e de prop?os. Fez ainda uma visita de duas horas ao ditador Fidel Castro, a quem uma vez mais cobriu de rasgados elogios. O presidente parece sentir uma recorrente necessidade de haurir algum misterioso efl? da personalidade do ditador cubano, al?de seus sombrios conselhos pol?cos. H?ma indisfar?el afinidade entre Lula e Fidel. Presidente negro: ganho extraordin?o J?restes a sair de Cuba, o presidente Luiz In?o Lula da Silva, ao lado de Raul Castro, manifestou sua torcida pela vit? do democrata Barack Obama: Da mesma forma que o Brasil elegeu um metal?co, a Bol?a, um ?io, a Venezuela, o Ch?z, e o Paraguai, um bispo, seria um ganho extraordin?o se a maior economia do mundo elegesse um negro. A prefer?ia de Lula foi, posteriormente, elogiada pelo pr?o Fidel. A viagem de Lula, como sua declara? sobre a prefer?ia por Obama, s?esclarecedoras. E muito! Obamania, ditadura e racismo Em primeiro lugar demonstram como o apre?de Lula pela democracia ?elativo. Lula ??ice, admirador e defensor de ditadores, como Fidel. Nunca ?emais insistir: Lula e o PT n?acreditam no regime de liberdades democr?cas. Aproveitam-se dele para atuar, governar e, se poss?l, acabar com a democracia. Suas pr?cas de governo e a orienta? da atual diplomacia do Brasil, s?provas disso. Em segundo lugar, ao comparar Obama a Evo Morales e Ch?z, Lula pretendeu elogiar o primeiro e deixou ver quem s?as figuras pol?cas que admira e acha exponenciais. Ou seja, dois protoditadores, que aos poucos v?implantando, nos respectivos pa?s, regimes autorit?os, com desrespeito aberto ?institui?s do Estado de Direito, ?ei e ?liberdades. Al?disso, sua declara? teve conota? profundamente racista: o ganho extraordin?o ? elei? de um negro! J?ive a oportunidade de comentar como ?acista o anti-racismo de muitas esquerdas: o essencial da figura de Obama ?ua cor e n?sua agenda pol?ca. Mas a manifesta? de prefer?ia de Lula tamb??eveladora do cariz da chamada Obamania. Comparar Obama a Evo Morales e a Ch?z, ?sclarecedor do que muitos adeptos desta onda esperam do novo presidente norte-americano. ?claro que Barack Obama n?pode ser responsabilizado pelas declara?s do presidente Lula. Mas tamb??erdade que muitos dos obaman?os, pelo mundo, alimentam esperan? semelhantes ?de Lula. Lula-aqui, Evo-ali, Obama-l? A prop?o das declara?s de Lula e da natureza da obamania, o escritor Augusto de Franco, publicou na Folha de S. Paulo (17.nov.2008) um contundente artigo, intitulado Lula-aqui, Evo-ali, Obama-l? Em parte por concep?, em parte por esperteza, Lula resolveu contrair a obamania. Nas v?eras da elei? americana, ele declarou: Da mesma forma que o Brasil elegeu um metal?co, a Bol?a, um ?io, a Venezuela, o Ch?z, e o Paraguai, um bispo, seria um ganho extraordin?o se a maior economia do mundo elegesse um negro. ?ruim. Salva-se nessa lista de admira?s s?pr?o Obama. Os outros s?ou ser?protoditadores ou ditadores, com exce? de Lula, que ?penas um l?r neopopulista manipulador. ?ruim tamb? Mas ?enos pior. A esperteza de Lula ?sar a obamania para legitimar a lulomania. Ou a evomania. Ou a chavezmania. S?manias de n?gostar da democracia. (...) Para entender, ?reciso ver que Lula n?quer ser chefe de governo. Nunca quis. Ele quer ser condutor de rebanhos, guia de povos. Quer palanques extraordin?os, n?a ordin?a rotina das tarefas administrativas. (...) Quem gosta de conduzir o povo pela m?s?os sociopatas (e genocidas, como Mao, o guia genial dos povos) e os vigaristas (como certos pastores e palanqueiros). A democracia n?precisa de l?res extraordin?os, superhomens, caudilhos carism?cos que eletrizam as multid?e arrebatam as massas em nome de um porvir radiante. (...) Mas Lula, significativamente, tem especial predile? pela palavra: assim como a vit? de Obama seria extraordin?a, aquele seu primeiro minist?o, detonado pelas suspeitas e acusa?s formais de crime, roubo e forma? de quadrilha, ele tamb?o qualificava como extraordin?o. Quem precisa de coisas extraordin?as, mitos fundantes (l?res ungidos, predestinados a cumprir um papel redentor), utopias fant?icas (reinos milenares de seres superiores ou regimes universais de abund?ia) s?autocracias, n?democracias. Quase dois ter? dos americanos n?foram votar no mulato Obama. Dos que foram votar, quase a metade preferiu o macho branco caucasiano McCain. (...) [Obama] nem vai governar o tempo todo lembrando a sua condi? extraordin?a de negro. Se fizesse isso, seria um negro de araque. J?vo ?m ?io de araque, nesse particular, igualzinho a Lula, um metal?co de araque. Sim, ele o foi, mas n??ais. H?uito tempo. Ali? j?assou mais tempo como profissional do palanque (...). Quem pode viver disso n?? pol?ca (democr?ca), mas aquela ideologia sociol?a que pretendia encontrar na extra? social alguma raz?para explicar e legitimar o comportamento do agente. (...) A empulha? se generalizou, em parte baseada na vis?equivocada de que a origem de classe ou de ra?ou cor tem alguma coisa a ver com a democracia. (...) Uma pessoa deve ser escolhida pelas suas opini? n?por sua extra?, origem, identifica? antropol?a. Lula-aqui, Evo-ali e Obama-l??movimentos regressivos. Obama n?tem culpa. Ao contr?o de Lula e de Evo, ele est?onvertido ?emocracia. Mas a obamania, assim como a lulomania e a evomania, aborrece a democracia. Ap? leitura deste excelente artigo, concluo. Se bem que ningu?tenha ouvido a Barack Obama declara?s de cumplicidade com ditadores, uma pergunta n?quer calar: por que a elei? de Obama despertou esperan? t?nefastas em ditadores, protoditadores ou simpatizantes de ditadores?