• Maria Lucia Victor Barbosa
  • 14/02/2009
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IDADE DAS TREVAS - Enviado pela autora

O legado do Imp?o Romano foi marcante para a humanidade por suas in?as realiza?s em diversas ?as, especialmente, na pol?ca, na arte da guerra e no Direito. Mas, nem mesmo o maior poder, o esplendor mais estonteante duram para sempre nessa vida de incertezas e finitudes. A queda de Roma n?ocorreu com dram?ca subtaneidade, mas, prolongou-se durante cerca de dois s?los (284-476). Na verdade, a partir do s?lo III, concomitante ao decl?o econ?o, pode-se dizer que se inicia a Era do Obscurantismo para toda Europa Ocidental. V?as foram as causas do complexo fen?o da decad?ia do Imp?o global daquela ?ca e, entre elas, se pode apontar: a degrada? do intelecto pelas religi? as invas?b?aras, a exaust?dos recursos do Estado para manuten? de imensa m?ina militar, a deprava? moral. Entre 400 e 800, desenrola-se o primeiro per?o medieval que abarca a Europa Ocidental e que se caracteriza pela maioria dos atributos designados como medievais ou Idade das Trevas. ?um interregno de profunda ignor?ia e supersti?, no qual o homem viveu com olhos vendados. A cultura, em certos aspectos, representou uma volta ao barbarismo. A atividade econ?a baixou a n?is primitivos de troca direta, enquanto o ascetismo m?do substitu?as atitudes sociais racionais. A hist? seguiu, veio o Renascimento, a Idade Moderna e n?h?ue se negar o gigantesco progresso do mundo contempor?o. Ci?ia e tecnologia avan?am de modo r?do e extraordin?o. O enorme desenvolvimento dos meios de transporte e comunica? tornou o planeta globalizado. E na era dos computadores, especialmente atrav?da impressionante Internet, as comunica?s humanas superaram tempo e espa? O mundo hoje ?e fato a “aldeia global” com os benef?os materiais que trazem confortos inimagin?is at?em pouco tempo atr?para o ser humano como um todo. O desenvolvimento da ind?ia a partir da Revolu? Industrial, come?a na Inglaterra no final do s?lo XVII, princ?o do s?lo XIX, ensejou no transcorrer do s?lo XX a sociedade de consumo que englobou as classes mais baixas e lhes possibilitou o acesso a bens antes restritos ?classes mais altas. O liberalismo, nascido no s?lo VIII, tamb?na Inglaterra, como ideologia da burguesia ascendente, e que em sua forma original se achava dissociado da id? democr?ca, ao defender as liberdades como as de mercado, de express? de associa?, de pensamento, enfim, a id? de que o homem tem liberdade de escolher sua vida e seus objetivos, e de que o governo n?pode negar essa liberdade, fez aparecerem novas for? sociais, que mesmo sem propriedades passaram a ter voz e vez. O liberalismo, associado ao capitalismo, trouxe a democracia com o voto universal, as elei?s livres, a pluralidade partid?a. Avan? tamb?o arcabou?jur?co e com ele a no? de Estado de Direito, aperfei?da depois para Estado Democr?co de Direito. A par de tantos progressos a natureza humana em ess?ia n?evoluiu. O s?lo XX conhecer? flagelo dos totalitarismos, o comunismo e o nazismo com a indel?l mancha do Holocausto, enquanto o fascismo lan?a suas garras sobre a It?a. O Muro de Berlim caiu, o Imp?o Sovi?co desmoronou, a China continua comunista em termos pol?cos, mas capitalista na esfera econ?a. Entretanto, em todo mundo, o s?lo XX trouxe consigo um processo de degrada? moral, de perda de valores, de altera? da fam?a e o aparecimento de ?os de pais vivos, de orientalismo religioso atrav?do avan?do fundamentalismo Isl?co. Dois males sociais se agigantaram com for?nefasta e destrutiva: o terrorismo e o tr?co de drogas com conseq?e consumo de t?os. E enquanto a crise econ?a que atingiu a na? mais desenvolvida do planeta se espraia por todo mundo, aumentam as explos?sociais das sociedades que, acostumadas ao bem-estar proporcionado pelos avan? proporcionados pela globaliza?, n?se conformam em perd?os, ou ent?querem destru?os para voltarmos em outro mundo poss?l ?dade da Pedra Lascada. Os ide?os do atraso pregam contra o progresso adquirido, enquanto, perigosamente, Estados v?readquirindo cada vez mais controle econ?o em suas sociedades, o que levar? maior dom?o pol?co e social. Aumentam a viol?ia, a fal?ia das empresas, as demiss?em massa, enquanto governantes perplexos parecem impotentes diante da crise, em que pesem os esfor? empreendidos para atenu?a. E assim, o mundo do progresso material submerge e acentua a vulgaridade, a superficialidade dos relacionamentos, a propaganda enganosa, o desregramento dos costumes, a perda dos valores, a banaliza? da vida. Os processos hist?os, por? s?din?cos, e se o homem n?destruir o planeta, poder?ir, em tempo n?previsto, um novo Renascimento onde o ser humano evoluir?ara construir um mundo, se n?perfeito, porque isso ?mposs?l, pelo menos melhor, mais aperfei?do, menos pleno de ignor?ia. Por enquanto, aqui no Brasil, j?egredimos ?r?ca do canibalismo, que certamente ser?escrito com volta ?ntiga pureza, como politicamente correto ou ecol?o. Na verdade, por nossa livre e espont?a vontade estamos todos sendo canibalizados pelo governo. Como b?aros que estamos nos estando tornando, agradecemos ao pai Estado e submergimos alegremente nas trevas cantando uma marchinha carnavalesca. * Soci?a. mlucia@sercomtel,com.br