• Percival Puggina
  • 30/11/2008
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E AGORA, LULA?

Drummond, numa de suas mais conhecidas poesias, descreve a terr?l situa? do personagem Jos?Conta o poeta que Jos?est?em discurso, j??pode beber, j??pode fumar, cuspir j??pode, a noite esfriou, o dia n?veio, o bonde n?veio, n?veio a utopia e tudo acabou”. Estaria Jos?pto a enfrentar tantas dificuldades? E agora, Jos?Pois essa ? pergunta que me ocorre formular ao nosso presidente nas atuais circunst?ias da economia mundial. E agora, Lula? Sob o ponto de vista pol?co, o filho de Garanhuns se revelou extremamente h?l para escapar, no primeiro mandato, ao sorvedouro moral em que naufragaram quantos estavam ?ua volta. Foi h?l para transformar em vantagem, na comunica? social, seu d?cit escolar e a conseq?e incompatibilidade que mant?com a gram?ca. Foi h?l a ponto de conservar a imagem de oper?o mesmo quando regurgita as bem-aventuran? de que o luxo e a riqueza abastecem os poderosos. Foi h?l para carrear a seu cr?to todos os b? decorrentes de medidas que o PT transformara em ? para seu antecessor. Foi h?l para extrair enormes dividendos pol?cos do fato de o pa?haver experimentado, em seu governo, consecutivamente, os seis melhores anos da nossa hist? republicana. Contou com c?de brigadeiro, mar de almirante e um bom dinheiro para servir aos pobres do pa?e do mundo. Em resumo, foi h?l para criar problemas aos advers?os, sair-se dos pr?os problemas e abra?-se ?facilidades com as quais se defrontou. No entanto, pela primeira vez, fez-se noite em pleno dia e (como ?ito numa frase que me enviaram) at? luz do fim do t? foi temporariamente desligada. Coriscos cortam os c?, e o mar, revolto, recomenda o resguardo dos portos. Vai faltar emprego, vai faltar dinheiro. O trem da alegria que percorria o pa?distribuindo favores federais com verbas estaduais e municipais periga ficar retido num desmoronamento em Santa Catarina. Seria tudo de bom se o cen?o se mantivesse como esteve ao longo destes ?mos seis anos. O pa?continuaria crescendo em ritmo satisfat?, haveria mais emprego, mais renda e se reduziriam as press?sociais. Mas... e agora, Lula? Agora passamos a precisar, realmente, de um estadista. De algu?com discernimento necess?o para o sim e para o n? para trocar popularidade por seriedade, para assumir ? sem b?, para inspirar confian?e n?apenas simpatia, para pensar primeiro no Brasil e depois, bem depois, nas elei?s de 2010 e nas geopol?cas do Foro de S?Paulo. A utopia, sabemos, j?oi para o saco h?uito tempo. Mas e se a noite esfriar? E se o dia n?vier? N?perguntem ao Drummond, que j?orreu. Voc?abe, n?sabe?