• Percival Puggina
  • 28/08/2023
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A mamata da contribuição sindical compulsória

 

Percival Puggina

         Pesquise no Google. Você verá que, na informação mais recente (2021), existiam no Brasil 16.431 organizações sindicais. Não encontrará registro de país com mais de 200.

Apenas a título de ilustração, a expansão do “sindicalismo” estimulado pelo financiamento privado e involuntário pelos trabalhadores é semelhante ao crescimento do número de partidos (e do caixa dos partidos) desde que eles e suas campanhas eleitorais passaram a ser custeados, em valores crescentes, pelo orçamento da União. Ninguém em juízo perfeito dirá que se trata de um resultado inesperado. Se o “Brás é tesoureiro”, como cantava Beth de Carvalho...

Em 2017, último ano da contribuição sindical compulsória, o conjunto formado por sindicatos, federações, confederações e centrais, patronais e laborais, arrecadaram R$ 3,6 bilhões, número que despencou para R$ 411 milhões em 2018, segundo o Poder 360°. Esse número continuou caindo e em 2022 chegou a “apenas” R$ 53,6 milhões (menos de 2% do arrecadado 4 anos antes).

Essa foi a maior e mais ampla pesquisa de opinião que já se fez no país. Indiretamente, ela revela a conduta da totalidade dos trabalhadores formais. Quando caiu a obrigatoriedade, despencou a arrecadação, evidenciando que os supostos beneficiários por esse sindicalismo percebiam estar custeando algo que não valia a pena.

Para o Partido dos Trabalhadores, contudo, malgrado seu próprio nome, não importa tão fulminante manifestação de vontade. Quem busca seu sustento no trabalho formal não quer sustentar o carreirismo, a apropriação dos sindicatos pelos partidos de esquerda e seus alinhamentos automáticos; quem vive do Estado, precisa do dinheiro alheio. Trata-se, como se vê, de uma relação entre interesses recíprocos onde quem trabalha paga todas as contas.

O partido governante sabe disso, mas quer uma reforma tributária para elevar impostos e cobrir seu plano de gastos. Tal reforma, por óbvio, aumentará, na mesma proporção, o preço dos bens que serão comprados pelos trabalhadores cujos interesses alega representar. Dinheiro não se inventa. Toda riqueza provém de quem produz e todo dinheiro sai do bolso do consumidor.

Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país.. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.


JOÃO S. CÂNDIDO -   27/09/2023 16:12:20

Boa Tarde Professor Puggina! Estamos vivendo dias difíceis e extremamente complexos . O ¨Povo Brasileiro¨ foi uma personagem criada para o Programa humorístico do SBT que passava todas as quintas-feiras após às 23h... Não posso afirmar se ainda está no ar porque há muito que não vejo programação em TV aberta, mas voltando à personagem, esta, que já era afônica e sem voz, continuaria gritando... E o povo brasileiro continua gritando afônico, roucos e com as cordas vocais amarradas, sendo estrangulado pelas mãos de quem deveria socorrê-lo! Triste FIM... Obrigado pelo espaço de deixar a gente gritar aqui !!! SOMOS CONTRA O IMPOSTO SINDICAL OBRIGATÓRIOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

Paulo Antônio Tïetê da Silva -   31/08/2023 12:03:06

Desconfio que o pt lê as pesquisas e a Constituição no banheiro porque após, pode utiliza-las para poutra finalidade.

André Ambrosio Abramczuk -   29/08/2023 16:43:46

Sou contra a contribuição sindical compulsória. Os sindicalistas que trabalhem para arrebanhar apoiadores e contribuintes.

Leonco de Carvalho Bones -   29/08/2023 15:01:11

São piores que urubus na carniça!! Não largam, não desistem!! Só tem um objetivo; explorar o trabalhador no máximo, tratando como escravos sem direito a ter suas próprias escolhas. E infelizmente, nem assim acordam, aceitam passivamente a exploração comunista e criminosa.

Eloy Severo -   29/08/2023 10:51:10

Medida ditatorial. Tá certo, afinal estamos vivendo uma ditadura Lula/STF.

Enézio E. de Almeida Filho -   29/08/2023 10:31:37

Os sindicatos, na sua maioria, são fontes de rápido enriquecimento de seus líderes! Um roubo autorizado pelo Estado!!!

Constatação -   29/08/2023 08:49:30

Diz o ministro do trabalho que não há democracia sem sindicatos fortes. Esta frase nem ao menos é válida a título simbólico aqui em Banânia. Primeiro, porque a CF (que o STF jura defender) é clara ao dizer que ninguém será obrigado a se associar ou se manter associado. Segundo: sindicato, em qualquer lugar civilizado, é associação voluntária. Terceiro: se democracia é governo do povo, e 98% dele não quer se associar e/ou contribuir, é uma manifestação muito clara da vontade popular. O que passar disso, entra no terreno do totalitarismo.

Acioly Mendes Pinheiro -   29/08/2023 08:40:16

Perfeito professor, no fim das contas que paga mesmo é o povo que vai à luta e trabalha.

Menelau Santos -   28/08/2023 19:21:57

Pois é, além da contribuição compulsória (duas palavras antagônicas), o PT inventou a democracia totalitária.